Friday, September 07, 2007

A Ilha

Conheci minha Pasárgada
Fica a uns quarenta minutos da cidade
Vou seguindo as placas
Busco o rastro das rodas
A areia levanta, e com ela, minha ansiedade

No caminho tenho como guia a Lagoa dos Patos
Águas mansas, que conduzem uma brisa de verão
Na chegada os primeiros rostos vão aparecendo
Caras queimadas de sol

A fartura de tainhas, lambaris,linguados, caranguejos
Nos alimentam com o melhor do reino de Poseidom
As embarcações começam a partir
Mais pescadores vão atrás do sustento
Fazem uma viagem perigosa
Sabendo que o melhor dela
É ter pra onde voltar

Eles estão indo negociar com a mãe natureza
Se serão autorizados a quebrar o equilíbrio
Para poder alimentar seus filhos
Um acordo arriscado, pois nunca se sabe
O que ela pedirá em troca
Muitos acabaram dando sua vida nessa jornada

O sofrimento desses heróis
Somente é superado pela a angústia das mulheres
O olhar delas afunila com o desaparecer das embarcações
A boca seca
E a espera é muito sofrida

Nem uma foto, ou imagem
Conseguirá traduzir tal comoção
A única forma
É gravar na retina
E se curvar, e por que não,
Se emocionar, com a beleza da vida
Mesmo que ela seja feita de dor

Thursday, September 06, 2007

O que me atrai nessa mulher...

É esse olhar selvagem que ela tem
O sorriso malicioso que me deixa refém
O caminhar balançado
Me faz hipnotizado

Mulher de dentes fortes
E traços rebuscados
De cabelo até a nuca
Expondo seu dorso nu
Pra eu poder tocar à sua pele

A estatura baixa me ajuda
A encostar a cabeça no meu peito
Deixando-me, pensar,
Com toda a minha inocência
Que ali é o lugar mais seguro para ela

É desse jeito de me ver feliz
Sem saber o por quê
De me enganar em pensamento
Mas só direcionar o olhar pra mim

De me tentar com suas curvas
Enlouquecer minha razão
Destruir meus dogmas
Enfim... De me fazer todo o dia
Nascer de novo